quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Sustentabilidade na Moda – Relatório Greenpeace sobre a Cadeia Tóxica da Moda


O maior burburinho na última semana no mundo da moda e sustentabilidade foi o relatório emitido pelo Greenpeace, “Toxic Threads - The Big Fashion Stitch-Up”, Relatório sobre a Cadeia Tóxica da Moda. Neste relatório, o Greenpeace relata sobre sua pesquisa realizada em dezenas de peças de diferentes grandes marcas em busca de traços de produtos tóxicos em sua composição.

O relatório denuncia as práticas de outsourcing das empresas, que produzem em países como China e México, apoiando-se em legislações menos restritas para reduzirem seus custos de produção. Dentro deste contexto, acabam utilizando substâncias tóxicas muitas vezes proibidas em seus países de origem no tingimento e nos processos de confecção das roupas.

Os elementos tóxicos encontrados nas roupas podem ser impactantes em diferentes momentos. No processo de fabricação, pela liberação de resíduos e efluentes líquidos no meio ambiente; através do contato com o tecido durante o uso da roupa; e durante a lavagem e limpeza das peças.

Em sua pesquisa, o Greenpeace afirma ter encontrado em pelo menos uma peça de cada marca que investigou traços de produtos tóxicos. Em primeiro lugar ficou a Calvin Klein, com 88% das peças testadas indicando contaminação, seguida da Levis, com 82%, e da Zara, com 70%. Foram investigadas, no total, 141 peças de diferentes marcas.

Dentro de sua já estabelecida campanha Detox, o Greenpeace lança também a campanha “Zara, Limpe nossa Moda”. Aqui o Greenpeace apoia-se no fato de que, por ser a maior varejista do mundo, a Zara tem o dever de dar o exemplo. Apesar de ter o nome da Zara como impulsionadora, a campanha dirige-se a todas as marcas que atuam neste sentido.

O Greenpeace afirma que diversas marcas como H&M, Nike, Puma e C&A já se emprenham hoje em “desintoxicar” sua cadeia frente a pressão exercida pelos consumidores.

O que o Greenpeace e todos os seus seguidores querem é uma limpeza da cadeia da moda, buscando alternativas aos procedimentos impactantes, bem como transparência nos processos. O fato é que toda grande empresa sabe que não pode manter seu business-as-usual, enquanto existe tanto movimento no sentido contrário.

Texto: Ana Murad
Imagem: Greenpeace

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